Pólo de fármacos puxará Mata Norte Goiana será contemplada por fábricas da Hemobrás, do Lafepe e da Novartis

LAMIR VERÇOZA

Dois mil e oito nasce consolidando a Zona da Mata Norte de Pernambuco na rota dos grandes complexos de desenvolvimento macroeconômico do Estado. Assim como o boom das indústrias e do setor petroquímico em Suape, no Litoral Sul, no lado oposto da bússola, o município de Goiana, a 63 quilômetros do Recife, deslancha como o centro de alta complexidade tecnológica com seu Pólo Farmacoquímico. O terreno de 345 hectares receberá R$ 1 bilhão em investimentos, com a implantação da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), da fábrica da Novartis e de uma unidade do Lafepe Química.

Os empreendimentos devem impactar, radicalmente, a produção famacológica brasileira, além de estimular a formação de mão-de-obra especializada e trazer benefícios sociais à cidade, com a geração de mil empregos diretos. Dos três projetos, Goiana já vê brotar a planta da Hemobrás, orçada em R$ 162 milhões. A licitação para a terraplenagem dos 25 hectares de área está aberta e, em breve, as obras começam. O início da operação está previsto para 2010, mas a direção da estatal espera abrir concurso público ainda este mês.
“Dos 400 profissionais necessários, pelo menos 50 serão contratados de imediato. Metade será enviada à França, para capacitação no LFB (Laboratório de Fracionamento e Biotecnologia), estatal daquele país que vai transferir o segredo industrial para produção dos hemoderivados fator 8, fator 9, albumina e imunoglobulina”, disse o presidente da Hemobrás, João Paulo Baccara.

As vagas serão para cargos administrativos, laboratoristas, bioquímicos, engenheiros industriais, biólogos e farmacêuticos. No começo deste ano, a empresa pretende começar a produção em escala da cola de fibrina para atender o Sistema Único de Saúde (SUS).
Em quatro anos, também é de Pernambuco que escoará a vacina de combate à meningite, fabricada pela Novartis. A construção da planta da multinacional acontece em 2009, sendo concluída no ano seguinte, consumindo US$ 500 milhões. A expectativa é empregar 500 pessoas, com 90% da produção destinada ao mercado externo.

Ainda sem cronograma definido, o Lafepe erguerá uma sede em Goiana para cem trabalhadores, os quais irão fabricar princípios ativos para confecção de medicamentos, sendo cinco anti-retrovirais – medicamentos utilizados no tratamento dos portadores do vírus HIV. As prospecções para transferência tecnológica giram em torno de uma empresa canadense.

Matéria publicada no dia 02 de janeiro de 2008 na Folha de Pernambuco

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