Lafepe produz remédio contra Chagas

Matéria do Diario de Pernambuco – dia 31/08/2007 Pernambuco vai produzir com exclusividade em todo o mundo o único medicamento que existe para combater a doença de Chagas. Ainda hoje, está programado para chegar ao estado o carregamento de 358 quilos de Benzonidazol, que é o princípio ativo do remédio.

A mercadoria é oriunda da Basiléia, na Suíça. O remédio será produzido pelo Laboratório Farmacêutico de Pernambuco (Lafepe) e distribuído principalmente para o Ministério da Saúde, em Brasília, que redistribuirá os comprimidos para o resto do país através dos governos municipais e estaduais. O medicamento, no entanto, também será vendido para o público que procurar uma das 32 farmácias do Lafepe espalhadas pela capital e interior do estado.

Estima-se que a cada ano, no Brasil, cerca de 6 mil pacientes morram por causas relacionadas ao mal, fazendo com que a doença de Chagas continue sendo considerada como um importante problema da saúde pública. Além disso, existem cerca de 3,5 milhões de pacientes crônicos remanescentes, dos quais 20% a 30% apresentam comprometimento cardíaco. Luciano Vasquez, presidente do Lafepe, explicou que o laboratório Roche, que produzia o produto, abriu mão da patente para o Brasil até mesmo porque foi um sanitarista brasileiro, Carlos Chagas, que descobriu o vetor da doença.

“Primeiramente eles ofereceram para o Acre, mas não deu certo e eles nos ofereceram a produção”, disse. Segundo Vasquez, o Lafepe vai se tornar referência internacional na produção do remédio. O presidente do laboratório explicou que o tratamento se dá com 100 comprimidos por paciente. Depois de aportar no Recife, a matéria-prima do medicamento será analisada durante 14 dias no Lafepe. A previsão é de que até o final de outubro o medicamento esteja disponível para venda. “Em até trinta dias pretendemos fabricar 3,5 milhões de comprimidos”, anunciou Vasquez. Além da produção de Pernambuco, a Roche também tem pronta uma quantidade que dá para distribuir durante um ano, o Rochagan.

O Ministério da Saúde, que comprava direto no laboratório da Roche, tem também uma reserva estratégica. Segundo Luciano Vasquez, o Lafepe já produz um bilhão de comprimidos por ano. Entre eles estão os anti-retrovirais Zidovudina (AZT), Lamivudina, Estavudina, Lamivudina+Zidovudina, Indinavir, Ritonavir, Ganciclovir, além do A.S. (analgésico), Capitropil (combate a hipertensão), Dipirona e Vitamina C, este último o carro-chefe do Lafepe por ser o mais vendidos em todas as farmácias. O laboratório foi, inclusive, o primeiro do país a produzir o AZT.

Dos 16 anti-retrovirais existentes no país, o Lafepe produz sete e vai produzir ainda, no próximo ano, o oitavo, o Efavirenz. Estudiosos no assunto afirmam que nas últimas duas décadas do século passado houve consideráveis avanços no controle da doença de Chagas. Por isso, é cada vez mais raro encontrar pacientes na fase aguda. A doença é uma infecção transmissível causada por um parasita que circula no sangue e ataca o coração, assim como órgãos do aparelho digestivo. Sua transmissão exige a participação de um vetor, o triatomíneo conhecido pelo nomede barbeiro.

O contágio pode ocorrer pela picada do inseto (que provoca coceira e, assim, a entrada do parasita na corrente sanguínea) ou pelo contato direto com as fezes e urina depositadas pelo barbeiro em alimentos. Os sintomas mais freqüentes são febre e mal-estar, muitas vezes confundidos com outras doenças. Anos depois da contaminação, a doença de Chagas provoca insuficiência cardíaca e o comprometimento da digestão. Em muitos casos, a doença só é diagnosticada em seu momento mais agudo.

Remédios errados levam a diabetes

Matéria do Diário de Pernambuco, do dia 17/08/2007 Os pacientes hipertensos que usam a combinação feita de medicamentos à base de beta-bloqueadores aliada a diuréticos podem desenvolver, a médio prazo, diabetes. A informação desbanca uma rotina de prescrição que forma a cesta de remédios fornecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A prática também se estende a muitos consultórios particulares. O alerta foi feito ontem na abertura do 15º Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão, que segue até amanhã, no Centro de Convenções, em Olinda.

Um estudo apresentado pelo especialista sueco Lars Lindholm mostra que medicamentos à base de beta-bloqueadores, entre os quais o Atenolol, também não se mostram eficientes para prevenir AVC (derrame cerebral), infarto e insuficiência renal. O estudo revelado pelo especialista já era visto na prática pelo coordenador da Clínica de Hipertensão do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, Hilton Chaves, também presidente da Sociedade Pernambucana de Hipertensão. Segundo ele, a cesta básica dos medicamentos do SUS para combater a hipertensão composta de beta-bloqueadores e diuréticos é equivocada.

“Nós esperamos que as instituições sanitárias atuem nesta questão. Essas drogas aumentam os triglicerídeos e mexem com a glicose acarrentando a diabetes”, explicou Chaves. Segundo ele, essas drogas são apenas indicadas para quem já teve infarto e, nesse caso, reduz em 25% as chances de um segundo episódio. E também para os pacientes que sofrem de angina no peito, hipertiroidismo e insuficiência cardíaca. “Quem não está nesse quadro não deveria receber esse tipo de medicação”, afirmou Chaves.

Vítima – O aposentado Denizard Lisboa de Melo, 72 anos, vítima de hipertensão, nunca ouviu falar neste estudo, mas revelou um histórico semelhante ao que foi descrito pelos especialistas. Apesar de não receber medicamentos pelo SUS, também usa o Atenolol associado com Hidroclotiazida (diurético), além de comprimidos para o coração e diabetes. Ele conta que começou a tomar medicamentos para hipertensão há dez anos e nos últimos dois anos desenvolveu a diabetes. “Eu nunca tive diabetes antes e comia de tudo.

Hoje preciso reduzir a taxa de açúcar com ajuda de remédios”, revela o aposentado. De acordo com a coordenadora nacional de hipertensão arterial e diabetes do Ministério da Saúde, Rosa Sampaio Vila Nova, o protocolo da Política Nacional de Assistência Farmacêutica Básica é fundamentado em análise rigorosa de evidências científicas comprovadas, uso racional de medicamentos e critérios de custo x efetividade para o SUS que garantam sustentabilidade e, sobretudo, qualidade da atenção para as pessoas portadoras.

Ela diz ainda que os agentes anti-hipertensivos estipulados obedecem as atuais indicações terapêuticas mundiais. Enfatiza ainda que as indicações dos beta-bloqueadores são para pacientes com infarto prévio, angina de peito, taqui-arritmias e insuficiência cardíaca.

Lafepe promove integração com 45 novos funcionários

Pela primeira vez em sua história o Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (Lafepe), promoverá uma semana de integração com os novos funcionários da empresa. Aprovados em recente concurso realizado pela instituição, os 45 novos lafepianos conhecerão boa parte da fábrica de medicamentos.

Além da tradicional apresentação da diretoria e equipes técnicas, haverá também uma série de palestras e apresentações das normas internas de cada setor. O processo está dividido em dois momentos. No primeiro, que será realizado amanhã (16) e sexta (17), a partir das 8h, o diretor técnico Industrial, Dr. Davi Santana, juntamente com o coordenador do Recursos Humanos, Ranieré Brayner, mostrarão todo o organograma do Lafepe, o regimento interno e apresentação dos coordenadores responsáveis por cada setor.

Já a segunda parte da integração será entre os dias 20 e 24 onde os novatos terão apresentações sobre Segurança do Trabalho, Boas Práticas/Produção e Controle, Ética e Motivação. Haverá também uma rápida palestra com o Mestre em área comportamental, Sandro Diniz, que é professor do Senac e proferirá assuntos sob o tema Ética e Motivação – Gerenciando a Qualidade.

Dentre os palestrantes do próprio Lafepe estarão Valdirene Pereira e Célia Bezerra (DIVAP e DIDEP), Rita de Cássia (COADM), Alexsandra Xavier (COINF), Quitéria Barreto, Joaquim Pedro e Maria Catarina Lopes (DISET), Flávia Patrícia e Amanda Tatiane (COQUA).

Lafepe produzirá Benzonidazol

Até o final deste mês o Lafepe receberá o primeiro lote da substância ativa do Benzonizadol, medicamento que combate o Trypanosoma cruzi causador da doença de Chagas. Este primeiro lote, que será algo em torno de 370 quilos de matéria-prima, servirá para abastecer o mercado nacional e, de acordo com a demanda apresentada por órgãos internacionais de saúde, também todo o mercado internacional que carece do medicamento para combater a doença.

Segundo o presidente do Lafepe, Luciano Vasquez, esta primeira remessa fará com que o Lafepe efetivamente produza com força total o medicamento antichagas. “Somos o único laboratório do Mundo a fabricar este remédio. Estes casos recentes que estão saindo nos jornais estão preocupando o Governo Federal. Fomos chamados para voltar a fabricar este medicamento no intuito de acabar de vez com estes surtos que estão acontecendo mundo a fora”, disse Vasquez.

De acordo com o diretor técnico do Lafepe, Davi Santana, o prazo para que o Benzonizadol comece a circular no mercado é de dois meses. “Quando o princípio ativo chegar, ficará no controle de qualidade por 14 dias. Depois, levaremos em média 20 dias para a produção. Minha estimativa é de que no final do mês de outubro, todos os mercados, nacional e internacional, já estarão com o medicamento disponível para atender a população”. MEMÓRIA – Em abril de 2003, a Roche passou para o governo brasileiro os direitos e a tecnologia de fabricação do Rochagan® (Benzonidazol), seu medicamento para o tratamento do Mal de Chagas.

Em outubro de 2004, durante a cerimônia de reinauguração de sua fábrica, a Roche entregou ao Ministro da Saúde, um cheque simbólico oficializando a doação de 360 mil comprimidos de ROCHAGAN® (Benzonidazol) para o tratamento, durante dois anos, dos pacientes atendidos pela rede pública de saúde. Atualmente, apenas o Lafepe detêm a tecnologia de fabricação do Benzonidazol, todavia desde a transferência desta tecnologia, várias questões pendentes impediram o início da sua produção e distribuição nacional e, sobretudo, no mercado externo. Após seis meses de intensa negociação, chegou-se à concretização para uma produção segura e regular do produto.

Roche recolhe anti-retroviral

Matéria do dia 06/08 – Folha de Pernambuco SÃO PAULO (AE) – O laboratório Roche anunciou ontem que vai recolher do mercado brasileiro todos os lotes do medicamento Viracept, anti-retroviral que faz parte do coquetel para pacientes com HIV distribuído pelo governo brasileiro. Anteontem, a empresa já havia informado que iria retirar o remédio do mercado na Europa e em outras regiões após receber reclamações de que alguns lotes estavam apresentando um “odor muito estranho”.

No Brasil, dos 180 mil pacientes com Aids que usam o coquetel, somente cerca de nove mil adultos e 250 crianças tomam o Viracept (nome comercial do mesilato de nelfinavir). Em resposta à decisão da Roche, o Ministério da Saúde já distribuiu um comunicado para todo o serviço de saúde do País com indicação de remédios alternativos para substituir a droga. Os pacientes que fazem uso do medicamento também devem entrar em contato com os postos de saúde para receber a nova prescrição. As opções levam em conta se a pessoa é adulta, gestante ou uma criança.

Segundo Mariângela Simão, diretora do Programa Nacional de DST e Aids, há substitutos no mercado brasileiro tão eficientes quanto o medicamento que está sendo retirado pela empresa. O remédio, um inibidor de protease que reduz a velocidade de difusão do HIV pelo corpo, é distribuído no Brasil desde 1998 em comprimidos de 250 miligramas e em pó para uso pediátrico. No entanto, seu uso vem caindo nos últimos anos por causa da posologia. Mariângela lembra que são necessárias duas doses de cinco comprimidos ao dia enquanto outros remédios têm uma dosagem menor.

A Roche informou ter descoberto, após análise química detalhada, que os lotes do medicamento com odor forte continham níveis maiores que o normal de uma substância chamada ácido etil éster metanosulfônico. A empresa colocou dois números de telefone para esclarecer dúvidas (0800-7733-310 e 0800-7720-292).

Goiana pode ter fábrica mexicana

Matéria veiculada na Folha de Pernambuco, dia 09/07/2007 – O laboratório mexicano Avimex estuda a possibilidade de instalar uma fábrica no Brasil. Pernambuco aparece como uma das possibilidades de ter essa planta. De acordo com o presidente da Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (AD/Diper), Jenner Guimarães, um dos diretores da empresa visitou o Pólo Farmacoquímico de Goiana.

“Eles ainda precisam obter uma autorização do Ministério da Agricultura para instalar-se no País. Outros estados estão concorrendo conosco, como São Paulo, mas vamos tentar trazer para cá”, afirmou. Outra empresa que também está interessada é a multinacional farmacêutica Norvartis, que pretende instalar um centro de pesquisas e uma fábrica de vacinas contra meningite no País.

O empreendimento está orçado em US$ 500 milhões. A decisão do BNDES de reduzir a taxa de juros fixa, de 6% para 4,5% ao ano, para os projetos aprovados no Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Cadeia Produtiva Farmacêutica (Profarma), poderá refletir no Pólo Farmacoquímico. “É um atrativo a mais para as empresas terem acesso à linha de crédito, mas não é decisivo para virem para cá. Até porque a linha do BNDES vale para todo País com condições semelhantes”, disse Guimarães.

Na última semana, foi publicado o nome da empresa VPC Brasil como vencedora da licitação para a elaboração do EIA-Rima (Estudo e Relatório do Impacto Ambiental), do Pólo Farmoquímico. Nesta quinta-feira, haverá reunião de trabalho para dar início a ordem de serviço. Os documentos ficarão prontos em quatro meses.

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